Vamos viajar de trem na Índia? Não existe experiência mais impactante que esta. |
Esta é a segunda vez que viajo para a Índia. Em 2010, entrei
em um trem superlotado na cidade de Gaya, descendo em direção a Bhubaneswar. A
parte do trem que compramos passagens foi a 2ª clase, relativamente
confortável, com ar condicionado e colchões amplos para se dormir em paz. O
horário do embarque foi às 03 hrs da manhã. Fui direto para a cama. Hélio, meu
amigo de viagem, também deitou e continuou deitado pela manhã e pela tarde, até
chegarmos em nosso destino final sem levantar da cama, pois estava com febre e
indisposto a qualquer atividade que não fosse tomar água.
Sempre cabe mais um. |
Eu passei a mão no computador quando acordei lá pelas 8 hrs,
conectei na internet móvel e fui conversar com o mundo. Me interessava mais o
que acontecia lá fora do que o que se passava dentro do trem. Até que uma
pessoa, uma jovem indiana de uns 15 anos de idade me surpreendeu, puxando papo
comigo. Ela se sentiu a vontade por ver que eu era estrangeiro, e por ver que
seus pais não estavam muito distantes, apenas umas três camas mais a frente.
Peguei o lap-top e fui para um lugar mais próximo onde os pais dela estavam, e
puxei assunto com eles. A moça, assentada à minha frente, queria saber tudo
sobre minha vida, e eu da dela. Nome: Shradda. Idade: 15 anos. Profissão:
estudante. Irmãos: filha única. Fé: hinduísta. Pai trabalha para o governo. Mãe
fica em casa. Estão vindo de onde: de Nova Delhi. O que faziam lá: turismo.
Acabados o interrogatório da minha parte, começaram as perguntas dela, as quais
respondi todas, apenas escondendo o fato de que era cristão.
Shradda é a de blusa rosa. |
Quando o trem chegou na cidade, fomos recebidos pelos irmãos
que nos esperavam. Me despedi da garota curiosa, dos seus pais, e tomei meu
caminho. Para mim, aquele encontro não passava de mais um desses encontros
casuais que a gente tem, este de fazer uma amizade passageira apenas enquanto
durar a viagem. Mas no trem, enquanto estava conectado, a garota me passou seu
e-mail, e lhe mandei uma mensagem. Depois que fui embora da Índia um mês
depois, nos dois anos que se passaram, mantemos uma certa comunicação e amizade
virtual.
Pois bem, eis que eu estou de volta à Índia, na mesma cidade
que estive antes, e semana passada a família de Shradda esteve almoçando em
nossa casa. Estreitamos um pouco os laços de amizade. Estivemos na casa deles
almoçando também, e retribui a gentileza, os convidando uma semana depois.
Desta vez, não escondi mais que éramos cristãos. Antes do almoço fiz uma oração
de agradecimento, e depois cantamos algumas canções. Ela cantando canções em
exaltação aos seus deuses, e eu cantando em exaltação ao meu Deus.
É interessante pensar sobre isso: penso que cada família
deseja converter a outra àquilo que eles imaginam que seja verdadeiro. Na casa
dele vi o lugar de adoração que tem, com 15 caricaturas de deuses, aos quais o
homem ora todos os dias 5 minutos antes de ir trabalhar. Ele me falou os nomes
de todos eles. Aqui em casa eu pude testemunhar um pouco e dizer que adorava um
único Deus, o Criador dos céus e da terra.
Não sei o que poderia vir desta amizade. Encontrei esta
família novamente e agora tenho oportunidade de compartilhar com eles sobre o
Verdadeiro Deus. E espero que o Senhor me dê graça e oportunidade para fazer
isso.
É impressionante o que Deus faz, quem diria que seria possivel encontrá-la novamente? Mas esse é Jesus, aleluia.
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