sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Ex Feiticeiro se entrega a Cristo e tem a vida mudada.


A fogueira crepitava ante os olhos quietos e inquiridores daquele homem negro, altura mediana, forte na aparência, mas tranquilo na essência. Diante dele, o fogo consumia uma longa vida de feitiçarias, livros ensinando a fazer imprecações e maldições contra seus semelhantes. Este homem era o maior feiticeiro da ilha africana de São Tomé e Príncipe, localizada à altura do país de nome Gabão, no continente africano. Mas agora, ele sabia que sua vida, doravante, não seria mais a mesma. Seu passado de feiticeiro como profissão estava ali sendo consumido pelas chamas. Cumpriu-se a palavra de Deus na vida do Sr. Quiterino, "O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; sobre os que viviam na terra da sombra da morte raiou uma luz". Lc 4:16.

TESTEMUNHO DO BRUNO, QUE ESTÁ EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE, FAZENDO DISCÍPULOS PARA O SENHOR NAQUELE PAÍS.


Nesses últimos dias aqui em São Tomé temos nos alegrado bastante com tudo que o SENHOR vem fazendo. É animador ver que DEUS tem chamado muito homens e mulheres para segui-lo , cada um com uma história diferente. São Tomé é uma nação onde a prostituição o adultério , a feitiçaria tem por anos reinado na vida deste povo, e é super comum por aqui homens com 3, 4, 5  mulheres, pois o pecado já se tornou tão comum que ninguém mais se espanta com tal coisa. Mas seguimos anunciando Cristo Jesus, solução para uma humanidade doente. No mês passado conhecemos o Sr. Quiterino,  61 anos , 38 deles dedicado a feitiçaria, meio pelo qual se tornou uma pessoa requisitada e reconhecida em São Tomé e Príncipe, toda sua vida girava em torna da feitiçaria.   Ele viveu 15 anos em um país vizinho chamado Gabão , local onde a pratica de feitiçaria é comum, e lá se tornou feiticeiro e aprendeu os mais diversos meios de praticar o mal. Começamos a compartilhar sobre o reino de DEUS com ele,  durante duas semanas seguimos orando e jejuando para que Deus o abrisse os olhos. O Sr. Quiterino começou a ficar confuso e a cada dia com mais vontade de ouvir sobre Jesus, e Deus que é infinito em bondade e misericórdia, alcançou o coração desse pobre homem, gerando um profundo arrependimento em seu coração. Ele possuía diversos livros de magia antes de seu  batismo e todos foram queimados. Um destes, segundo ele, era de grande valor, pois existe poucos em toda África , de capa preta por nome de São Cipriano. Por todos estes anos de feitiçaria, o Sr. Quiterino era temido, pois todos sabiam que suas magias funcionavam bem. Ele usava um colar que segundo ele fora santificado ao diabo, e não poderia nunca ser retirado do seu pescoço, mas no dia em que Cristo adentrou em seu coração o tal colar juntamente com suas roupas de feitiço e os livros todos foram queimados, e o Sr. Quiterino desceu as águas , morrendo para o mundo e para o pecado, e nascendo para DEUS numa bendita esperança de nova vida por meio agora do ESPÍRITO SANTO que fora derramado em seu coração. ALELUIA!!!!!!! Só Deus tem poder de convencer um homem do seu caminho de morte , e hoje o Sr. Quiterino é um discípulo de Jesus , um novo homem , com um belo sorriso no rosto e pelas palavras dele, hoje tem "uma paz e alegria que jamais havia experimentado". 
Bruno e o Sr Quiterino

Peço a todos que orem por este precioso irmão, para que Deus o anime e o encoraja todos os dias a permanecer firme no SENHOR, pois desde seu batismo ele vem enfrentado afrontas de seus familiares e de amigos, pois toda sua renda e sustento vinham dos trabalhos de magia. Sua família tem dito a ele que irão morrer de fome se ele não voltar a fazer os trabalhos, mas o Sr. Quiterino se recusa a voltar as práticas do velho homem. Estes dias havia muitas pessoas na porta de sua casa com dinheiro nas mãos , solicitando que ele fizesse seus feitiços, mas ele se recusou  e disse que agora é um discípulo de Jesus e que nunca mais voltará a fazer tais coisas. Por este motivo, esse amado irmão tem enfrentado lutas no seu dia a dia, pois todo seu sustento vinha dessa vida maldita. Recentemente, ele estava sem nada em casa para comer, de repente, bate em sua porta um pessoa com $100,00 dollar em mãos (levando em conta que o salário mínimo aqui é de $ 40,00 dollar), uma proposta satânica diante da realidade de sua família. Por um momento, ele cedeu e disse ao homem que iria trocar de roupa para iniciar o trabalho.  Ao entrar em casa, trocou de roupas e, antes de descer, sentou-se na cadeira para pensar um pouco, dai Deus começou a dizer lhe que o velho Quiterino havia morrido e que agora ele era uma nova pessoa, que Deus iria cuidar dele. Foi quando ele deu um pulo da cadeira e disse ao rapaz: "tome aqui seu dinheiro eu não irei fazer nada, sou de Jesus", e saiu caminho a fora dizendo "sou de Jesus, sou de Jesus"... minutos depois o SENHOR incomodou um discípulo que foi levar alguns alimentos para Sr. Quiterino. Ele, ao ver os alimentados chegando, disse para sua familia: "EU NÃO DISSE QUE AGORA TENHO UM PAI!!! O PAI DO CÉU.... DEUS SEJA LOUVADO....ALELUIA"!!!!
Sendo treinado como discípulo de Jesus

Pois bem meus amados, pensando eu em como ajudar esse precioso irmão, pois agora temos um discípulo que precisa de meios para suprir sua casa e suas necessidades, devido a idade e o país não ter muito emprego começamos a orar  pedindo DEUS uma solução. O Sr. Quiterino tem um campo onde planta, milho, tomate , mandioca e algumas hortaliças , mas nunca deu tanta importância , pois nunca precisou tirar do campo seu sustento, pois com o dinheiro ganho nos feitiços tudo ficava mais fácil. Ele tinha 4 mulheres e era acostumado a gastar dinheiro com bebida, prostituição e suprir as 4 casas que tinha, mas graças a Deus, abandonou tudo, ficando com sua primeira esposa a qual vive a 30 anos. Mas a vida de  um camponês aqui não é nada fácil devido a grande dificuldade de se ter água no terreno, um item de luxo neste país africano.  Foi dai que, conversando com ele, me disse que se fosse possível ajudarmos ele a comprar uma bomba d'água, ele poderia trabalhar, plantar , colher e assim suprir suas necessidades. Uma bomba dessas aqui mais algumas mangueiras ficariam num custo de 400 euros , aproximadamente 1.300,00 reais. Penso que essa é uma boa oportunidade de cooperarmos, suprindo a necessidade desse nosso irmão. Vivemos em um tempo que somos levados a pensar demais em nossas próprias necessidades, mas que são, muitas vezes, caprichos, vaidades que esse sistema capitalista imprimiu em nossos corações. Mas creio que cooperar nisso tem um valor eterno. Que o SENHOR nos mova a ter um coração generoso e possamos, assim ajudar uns aos outros... 

forte abraço, Bruno.

A você, meu querido irmão em Cristo. Por favor, faça algo eterno. Ajude este querido em São Tomé a comprar uma Bomba D'água, para, da terra, tirar o sustento para si e sua família.
Se você sentiu que deve ajudar este irmão e mandar uma oferta generosa para ele, faça depósito na conta de Bruno Silva Neves
Bradesco
Agencia - 1696
Conta - 2700-6
CPF - 084.251.626-37

Se você desejar mandar pela Wester Union, é possível.
Dê o nome do Bruno, que vai ser o receptor e o numero do passaporte dele.
FE 732772
Deus abençoe a você pela generosidade de seu coração.
Se você desejar saber mais como está a obra em São Tomé e Príncipe, escreva para brunolutero@yahoo.com.br


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Bhukha

Homem em Bodh Gaya
Não vou poder dizer, não sabia, não vi! Vai ser impossível me explicar. Cada rosto, cada olhar, cada expressão, cada mão estendida é um clamor, um terrível clamor. Estes personagens existem por todo o mundo. E eles gritam, num silêncio rouco. E eles choram, num olhar seco, sem uma gota de esperança. São cidadãos de uma terra seca, e muitos imaginam que Deus a abandonou. Quando eles olham, fitam o nada; quando sorriem, os lábios carregam amargura, e expressam a tristeza interior mais profunda que o abismo do oceano. O abismo da alma... quão profundo e impenetrável é esta escuridão.
Tento entender através de um simples contato quem é aquela alma, o que ela pensa, como ela vive, mas a barreira da cultura e do idioma é muito grande, quase impenetrável. Busco a linguagem dos sinais pelos sentidos: cheirar, ver, ouvir, tocar...   “sorrir”: s-o-r-r-i-r... não há como fazer isso diante de tanta desilusão, tanta desesperança. É apenas uma pessoa, como zumbi desalmado, que vagueia pelas ruas, se apodrecem pelos casebres. Carregam o “carma”, alguns são “intocáveis”, na casta e no sentido mais forte da própria palavra. Estão imundos, dias e dias sem banho, barba carregada de fungos, furúnculos e pó por sobre a roupa e pele. Parecem estátuas ambulantes, com o olhar vazio, sem vida, sem lágrima, sem alma.
Jovem em Bhubaneswar

Como alcança-los meu Deus? Como mudar-lhes a vida? Onde buscar forças, recursos, para ajudá-los? Qual é o caminho da esperança? Onde é sua morada? Se há uma saída, onde ela se encontra? Meu coração sangra, chora por dentro, incapaz, desejando parar para não ver a dor deles. Como Senhor, poderia esta pessoa que está na minha frente chegar a Ti? Eu sei que, saindo daqui, minha vida continua, mas a vida dela também continuará, não só perambulando, mas também em minha mente, atormentando meus sonhos. Elas são um grito enorme de socorro. Eu as vi por um breve momento, mas Tu as vês continuamente, e eu sei que foi por elas também que Tu sangraste. Creio em Ti e minha esperança e de um dia poder contemplar teu rosto, mas elas, que esperança tem, se nem sabem que Tu existe?

Contemplar os perdidos sem poder ajudá-los é sofrer. Quando estava vindo de Bodh Gaya, deitado confortavelmente em minha cama, olhava pela janela, e me sentia deslizar junto com o trem pelos trilhos. Ele diminuiu consideravelmente a velocidade por se aproximar de uma estação. A paisagem já seguia pela janela mais lentamente, dando tempo à minha mente de fixá-las melhor. Quando a estação chegou e o trem seguia, minha janela parou quase na frente de uma garota que chamarei de Bhukha, provável idade de 14 anos, magra, roupas festivais cobrindo todo o corpo. Da janela pude ver que ela estava também deitada sobre monturos de roupas e cobertores. 
Bhukha
Ela observava o trem chegar, curiosa para poder ver alguém na janela. Curioso por ver aquela criaturinha, me firmei na cama, pernas cruzadas, para poder contemplar melhor. Assim que ela me viu, estendeu a mão pequena e a levou à boca, indicando que queria comida. Nossa conversa foi por sinais. Disse que não tinha. Insistiu, levando a mão à boca. Respondi que não tinha e ainda através de sinais, falei com ela para ir para a escola. Bhukha abanou o braço freneticamente dizendo que a escola ficava longe e que não tinha nada para ela. Então ela se levantou e veio em minha direção. Pés descalços, chegou perto da janela e fez o mesmo gesto. Peguei o celular para tirar a foto. Havia sombra onde ela estava e pedi para chegar para a luz. Assim que o fez, tirei várias fotos. Ela, lá fora, continuou pedindo comida. Disse que a janela não se abria. Respondeu para eu sair pela porta do vagão. Como não tinha comida, saquei da carteira 30 rupias e sai da cama. Cheguei à porta e ela estava lá. Lhe passei o dinheiro. Recebeu, mas disse que queria comida. Eu não tinha comida mesmo. Havia soldados do exército na estação. Iriam embarcar. Eles, curiosos, observavam aquela cena. Um homem, assentado perto de uma pilastra, falou com ela em tom nervoso. Ela voltou para sua cama e se deitou. Me aproximei dela e tirei uma foto. 
Homem em Bodh Gaya
Voltei para o vagão e minha cama. De lá, através de sinais, disse a ela que Jesus a amava, tocando na palma das mãos com o indicador. Não sei se ela entendeu, certamente que não. Estendeu a mão mais uma vez, pediu comida. Respondi que não tinha. Um casal chegou e ficou no compartimento em frente ao meu. Em uma sacola percebi que tinham banana. Pedi uma, peguei duas, e levei para a garota. O trem já estava saindo. O soldado do exército, que havia visto toda a movimentação entre Bhukha e eu estava à porta. Abri espaço entre ele e sua metralhadora. A garota ficava para trás. Gritei para ela, que olhou. Não queria jogar as bananas, por isso pulei do trem como um gato, pus as bananas maduras no chão, e tive que correr para entrar no vagão novamente. Da porta, junto ao soldado, vi que ela veio andando calmamente para pegar a fruta. O trem, alcançando velocidade, a deixava mais e mais longe de mim. Foi tudo o que eu pude fazer por ela. Mas, meu desejo interior era ter ficado ali, morar ali, cuidar dela, ser seu pai, dar comida abundante, roupa limpa, casa pra morar, educação, formação e formar a vida de Deus naquele coraçãozinho. Ou mesmo, levá-la comigo, naquele trem. Adotá-la como filha, dar a Bhukha um lar. Mas isso, para mim, naquele momento, era um sonho que ficava para trás à medida que o trem avançava. Deitei e fiquei pensando sobre tudo aquilo. Bhukha ficou em minha mente por vários kilômetros. Foram momentos de tristeza e reflexão sobre a vida humana, e as lutas que cada um enfrenta.
Menino indiano discípulo de
Bhuda
Homem tocando seu instrumento

Jovem pintando imagem de Bhuda













Mulher pedinte







Mendigo na estação de Gaya


























Estação onde encontrei Bhukha

Bhukha

Bhukha



















                                                       A propósito, Bhukha significa “Faminta”.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Cortando cabêlos

Não sou Budista, isso é apenas
um pano que comprei pra
me aquecer no inverno.
Hoje resolvi radicalizar. E de uma forma que nunca fiz em minha vida. Rapei a cabeça. A primeira vez que estive aqui na India fui a um salão e pedi para que meu cabelo fosse cortado. O cara me perguntou se era “Full” ou “Half”. Estas palavras significam Completo e Metade, respectivamente.  Imaginei minha cabeça como daqueles índios, rapada uma metade, ou um certo tipo de “punk”, sei la, respondi na lata: full. Só que, para o cabeleireiro, "full" era fazer cabelo, barba, bigode, massagem e algo mais. Eu, inocente, recebi inicialmente, a tesoura, que cortava meus parcos cabelos de forma suave e continua. Quando a primeira fase passou, veio a segunda, que era lavá-los com uma certa espuma que quase tomou minha cabeça toda. E depois de secar e tirar tudo isso, mais alguns detalhes no corte e então começou uma massagem no cocoruto. Enquanto estava somente na cabeça, tudo bem, mas quando desceu para as costas, passou para os ombros, desceu pelos braços e chegou  às mãos, ai, a coisa ficou séria.
“Este cara vai se apaixonar” – pensei. A massagem foi pesada. O indiano era bom no negócio. Queria fazer o melhor. A mim, aquela massagem não me trouxe alivio de nada, pois não estava precisando dela, mas foi bom para eu ter uma experiência transcultural nessa terra necessitada.
Mas hoje, 3 anos depois, estou no mesmo lugar, Bodh Gaya. Na mesma casa em que estive, rua Pachati, mas o barbeiro que tinha sua lojinha em frente ao templo Mahabody se foi. Por aqui, tudo mudou. Bombas foram explodidas por terroristas nas imediacões do templo e a policia cercou o local, mandou todos os comerciantes saírem, derrubou todas as lojas e construiu muros e cercas, reforçando a segurança do local. 
Rivalver e Bruno, missionários na Índia.

Ontem a noite falei para Lucas,  meu filho e o Bruno, missionário que mora na casa onde ficamos da ultima vez: “Amanha vou sair e rapar minha cabeça”. E foi o que fiz. Acordei 9 hrs, tomei café e desci, determinado. Dei apenas alguns passos descendo a rua e vi a barbearia aberta. Apos me sentar na poltrona ultra-mega-confortável de madeira bruta, um lençol azul foi colocado ao redor de meu pescoço. Olhei para mim mesmo. Pálpebras já cansadas, pele começando a se enrugar, algumas manchas insistentes em me amar ate a morte, barba crescendo de novo, grisalha... éééé, o tempo passa voando, pensei. O indiano, magro, franzino, lotado de cabelo na cabeça, preparava a navalha. Apos molhar meus ainda parcos cabelos, veio uma pequena sessão de massagem. Me lembrei do passado, da tortura anterior. Sei que não vai acontecer de novo, aqui é apenas rapar. O trabalho dele começou pela parte de trás da cabeça, e eu não via como ficava. Então veio a parte da frente, e ai, eu vi a luz...
Cegos esmolando nas ruas de Bodh Gaya.


Tive que dobrar meu pescoço para o trabalho da navalha. No meu colo os cabelos caiam aos cachos. Pelo espelho, vi o caminho feito pelo lado direito da cabeça. Não há como voltar. É esperar acabar. E com o pescoço dobrado, me lembrei de como Jesus se dobrou  para os flagelos dos romanos. Me lembrei das chicotadas, dos acoites, da coroa, do cuspe, da cruz... que comparação mais tosca Rivalver, nem se compara, me repreendi. Claro, nem se compara. Eu estava renunciando a alguns fios de cabelos, Ele renunciou tudo o que tinha. Mas eu estava ali por causa Dele, e dobrar o pescoço para perder alguma coisa, mínima que seja, me humilhou, e meus olhos se encheram de água, não por minha causa, mas por causa Dele, Jesus, que se dobrou por mim, se humilhou por mim, morreu por mim, ressuscitou por mim, voltará por mim. Alguém poderia falar agora: "que bobeira". Pode ser. Mas para mim teve muito significado.
E esta parte de “eu vi a luz” é apenas meu lado humorístico se manifestando, não o leve a serio. 
Jovens budistas observando um rapaz
pintando uma estátua de Bhuda
no Monastério Tergar, em Bodh Gaya.

Bj no coração de todos.

Rivalver Lopes

sábado, 28 de setembro de 2013

Feliz Aniversário Meu Amor

Certa vez completei anos em um campo missionário. Quando fiz 49 anos, eu estava em uma aldeia em Bihar, India,  localizada no meio do nada. As casinhas eram de sapê, com paredes baixas e feitas de tijolos de barro, sem nenhum tipo de reboco.  

As casinhas, algumas delas, tinham um pequeno espaço interno, onde os moradores costumavam fazer algumas reuniões para decidirem coisas relacionadas à aldeia. Assentado, junto com eles, falei que estava muito feliz por estar ali, naquela noite, sendo meu aniversário, e meu presente, Deus estava me dando, que era contemplar na vida de cada um a alegria de estarem ouvindo sobre Jesus Cristo.

Hoje, mais uma vez, estou no campo missionário, mas agora, é o aniversário de minha esposa Jane que estamos comemorando. Sinto-me abençoado por estar junto com ela e meus filhos aqui na Índia, mais uma vez, trazendo a palavra de Deus a este povo. Para Jane, é significativo reunir as irmãs da igreja para uma pequena comemoração e relacionamento. Ela está se esforçando para conhecê-las, indo em suas casas, levando coisas, conversando, participando.

No dia anterior, dei a ela um presente, levando-a a um hotel chic da cidade para que ela pudesse ser servida, tomar banho em banheira com água quente, receber café no quarto, tomar banho de piscina, dormir com o conforto do ar condicionado e acordar na hora em que bem entendesse. Todo marido sensato deveria presentear sua esposa com algo assim pelo menos a cada semestre. O hotel deu a ela um bolo e as flores já estavam lá, esperando, quando chegou. Era um quarto com dois ambientes, todo ornamentado e bem iluminado.

  Estar ali apenas uma diária foi como ter passado uma semana em outro local. A vontade é de ficar mais. Ainda mais quando a companhia tem tudo a ver comigo.

Declaração

Jane, dizer que te amo é empobrecer muito meu sentimento por você.
Hoje não sei mais onde termina o amor e começa minha dependência por você, ou se ambas se misturaram em uma espiral apaixonada, em um frenesi de paixão.

Você é minha querida, muito amada de meu coração, e meus desejos mais secretos são concretizados em você: seus carinhos, seu cuidado, sua amizade, nossa convivência...
Que bom é ter lhe encontrado. Obrigado por ter aceitado se casar comigo, topar estar ao meu lado para o que desse e viesse. Você para mim é melhor que dez filhos, melhor do que a juventude ou mesmo a velhice. Estar com você todos estes anos foi como se a cada dia eu fosse o presenteado, pela benção de ter você comigo, e me suportado, e me compreendido.

Sou grato ao Senhor por tudo isso que você é para mim.
Feliz aniversário meu amor.
Nunca é demais dizer: te amo, te amo e te amo.



segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Canção para Pedro

"Volta, sobe ao monte! Sabe que ali teu Mestre morreu!
Solta tua rede, vê de perto o quanto sofreu!
Perdeu sua vida e por suas feridas perdão te deu.
E um amor mais forte inda que a própria morte,
Pois reviveu!
Caminha junto ao Senhor, não perguntes onde ele vai
Confia o teu caminho às mãos do Pai."
Grupo Vencedores por Cristo
Todos nós já fomos marcados em nossa juventude por alguma canção, que a gente escuta, e ela, de mansinho, se identifica com nossa personalidade. Dai ela faz amizade, se encosta, se impregna. Cola na sua mente e alma, e te fala bem profundo. Há muito tempo esta "Canção para Pedro" de Aristeu Pires, é a minha canção. E eu, sou o Pedro, este personagem que muitos de nós nos identificamos com.
Conhecemos Pedro do Novo Testamento, cheio de iniciativas ( se dispôs a morar no alto de um monte dentro de uma tenda )...
Levou Jesus para sua casa... creio que sabia que sua sogra não estava bem, e certamente, Ele iria curá-la....
Reabriu sua empresa de pesca e passou 7 dias tentando pescar e vender peixes depois da ressurreição de Jesus.........
Mergulhou quase nu na água gelada do Mar da Galiléia quando ficou sabendo que o homem na praia era o Senhor.......
Fez uma operação ao reverso na orelha de um soldado judeu sem usar anestesia, usando apenas uma espada......
Mentiu, negou, blasfemou, xingou, esperneou, temeu, encontrou os olhos do mestre, e fugiu.....
Depois se arrependeu, se levantou, pregou, ganhou vidas, formou um Corpo para Cristo....
............................................................ e morreu crucificado................................................................. 
............................................................ como seu Mestre. 

domingo, 22 de setembro de 2013

Voar








"Não importa quão cinza esteja o dia, o Sol da justiça continua brilhando"
Valdice Monção
 
Uma das paisagens que mais gosto de ver ao voar é aquela que se forma quando o tempo fica completamente nublado lá embaixo e o avião precisa se colocar acima das nuvens. Isso me lembra que a vida é só uma questão de perspectiva e que a perspectiva Daquele que conduz a minha vida é sempre a mesma: não importa quão cinza esteja o dia, o Sol da justiça continua brilhando, no mesmo lugar, com a mesma intensidade. Ele não muda, nunca.
Melhor do que entender tudo é ser cuidada por Aquele que sabe exatamente o que está fazendo. Tão confortante quanto isso é saber que conto com a misericórdia desse Jesus que tudo sabe, para me lembrar essas verdades sempre que é necessário, sempre com a mesma paciência, fazendo-me olhar as situações com olhos espirituais. Pois ao se formarem as primeiras nuvens, a minha tendência é esquecer.

“...e saberás que eu sou o Senhor, que os que confiam em mim não serão confundidos.” Is 50.23b

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Trânsito na Índia

 
Vários tipos de situações que encontramos ao sairmos para pilotar.
 
   Quer passar por uma aventura muito grande? Venha pilotar uma moto aqui na Índia, principalmente em uma cidade extremamente lotada. A adrenalina aparece rápido, seus sentidos são usados ao extremo, audição e visão tem que estar a Mil por segundo. Aparentemente, não há regras, embora elas existam. Mas para um estrangeiro, como eu, não há estas regras, pois não as conheço. Então, apenas piloto, e tento não ser atropelado ou bater em uma vaca. Este é meu alvo. Em uma via larga no centro da cidade, separada por um canteiro central, a loucura é quase que total. Em um espaço de duas pistas e uma de reserva que funciona como acostamento, as motos disputam com os autos, que disputam com os carros, que buzinam para alguns caminhões, que desviam de touros no meio da pista. Eu não sei quem tem a preferência ou de que lado se deve ultrapassar, pois já vi de tudo por aqui. Imagino que cada um faz suas próprias leis, e tenta fazer ultrapassagens na base da buzina. Quem está na frente, ou acelera e sai do incômodo de ter alguém na sua cola, ou dá espaço para o outro passar.
Um gasta o arroz que comeu, o restante, aproveita.

     Os autos andam em uma velocidade média de 40 km/h, as motos, 60 km/h, mesma dos carros. Os caminhões, embora poucos, quando surgem atrás de um carro, liga uma buzina que quem escuta, imagina estar vindo é um trem atropelando tudo. Alguns motoqueiros se imaginam deuses do asfalto, em motos potentes, avançam “costurando” todo mundo, de lado a outro da pista, em manobras arriscadíssimas. As vezes, dois ou três passam testando suas habilidades. Pilotando hoje devagar, sem sair da minha pista, vi apenas um vulto passando e ouvi um “zzzuummm”... quando tentei olhar o que era aquilo, o motoqueiro já estava a uns 300 metros à minha frente ultrapassando os demais mortais como se não estivessem também na pista.
Quem usa capacete é só o piloto, os outros
não são obrigados por lei.


      Em minha aprendizagem através da prática, vi à frente um aglomerado de carros e aprendi; os amontoados de veículos se formam nas esquinas, quando alguns tentam mudar de direção, então, tenho que pilotar mais para a esquerda, para fugir deste mini-engarrafamento. Quando passamos este bloco, o transito fluiu, mas apenas para se aglomerar de novo, desta vez, pela quantidade enorme de veículos indo na mesma direção. Tentei sair daquele bloco ultrapassando alguns carros e autos, e quando peguei a pista da esquerda para entrar em outra avenida, dei de cara com um ciclista cuspindo no meio da estrada. Me desviei dele pelo único espaço que havia para passar, e atrás de mim mais dois motociclistas também o evitaram. Quando saí deste ciclista, dei de frente com a traseira de uma enorme vaca... Imagine a cena. A nova avenida que entrei não tinha canteiros, portanto, os carros que vem na outra pista geralmente invadem a sua pista. É necessário ficar atento para não se chocar de frente com qualquer coisa... e tem de tudo. Sem falar que na minha cabeça eu deveria estar pilotando pela direita, e tenho que ir pela esquerda. Tudo inverso. E se locomover neste universo de bagunça aleatoriamente arrumado é complicado, mas que, contudo, se torna uma grande aventura.
Geralmente não há guardas de trânsito
e nem sinal, cada um se vira como pode.

      Estatisticamente, embora a nós, ocidentais, o trânsito parece mais caótico do que no Brasil, lá acontece mais mortes nas cidades do que aqui, mas nas rodovias que ligam cidades, acontecem mais acidentes que nas cidades, devido ao auto número de motoristas de caminhões que dirigem bêbados ou sob o efeito de outros entorpecentes. Nem pense em dirigir ou pilotar nessas estradas em alta velocidade. A maioria delas passa por áreas rurais, e coligir com uma vaca é a coisa mais normal. Elas andam soltas por toda parte sem qualquer pessoa ou autoridade para perturbá-las. Elas tem livre acesso a qualquer lugar aqui na Índia. O risco de realmente você se envolver em um acidente é muito grande, mas, por incrível que pareça, me sinto mais seguro pilotando aqui do que em qualquer grande centro no Brasil.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A Marca de Cristo

    
    Na vida de todos os humanos do planeta, tudo se resume no antes e depois. Antes de nascer: a não existência; depois de nascer, a contagem do tempo e a existência. Antes e depois de casamento, de estudos, de paz, de guerra, de fome, de abundância, de ter ou não ter filhos. Mas existe um ponto decisivo na vida de todos: antes e depois da Cruz.
     Deus dividiu a estória humana na Cruz, e  fez dela um marco. Há muitas religiões que não fazem uso da Cruz. Para eles, ela não tem importância. Aqui na Índia as lápides dos hinduístas nos cemitérios não tem cruz, e a maioria dos corpos são queimados, e não sepultados. Um verdadeiro hinduísta não sabe o que é cruz, e não sabe por que Jesus morreu em uma. Até hoje Jesus é visto como um rebelde, provocador de rebeliões, que foi contra a religião do seu tempo, e por isso, foi julgado e condenado. Ressurreição? Nem sabem o que é isso. Existe apenas a "reencarnação". Muitas vidas, idas e vindas, e basta ser batizado no rio sete vezes que todos os pecados são purificados. Tudo muito simples, tudo muito fácil.
     A marca de Cristo na vida de alguém que deseja segui-Lo é a Cruz, pois quando alguém chega à porta do Reino de Deus, ele tem que decidir: tomar a cruz ou não. Muitos cristãos não sabem que cruz é essa. Os católicos acreditam que devem tomar uma cruz literal, por isso muitos carregam uma em suas procissões. Ou acreditam que apenas uma pequena pendurada ao pescoço lhes basta. Ou ainda que o sacrifício de se tornar monge, ou padre, ou um missionário de alguma ordem é a sua cruz. Os evangélicos imaginam que sua cruz é a quantidade de problemas que enfrentam. Dizem: "Minha cruz está pesada, minha filha está grávida". Isso também não se conforma co o que Jesus disse sobre o assunto.
   E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo. Lucas 14:27;  E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim. Mateus 10:38.
    A marca de Cristo na vida de um convertido é a Cruz. A. W. Tozer disse que "a cruz não negocia com sua vítima". Alguém que recebia uma cruz no tempo dos romanos em Jerusalém, não estaria indo para uma festa, nem pagar contas. Nem ele, tao pouco, sabia que tinha qualquer futuro. Em pouco tempo, o trabalho da cruz, de matar aquele homem, estaria completo. Quando Jesus nos convida para tomarmos nossa Cruz, ele está dizendo: Considere-se morto. Não tenha mais pretensões neste mundo. Não viva como se este mundo fosse sua morada eterna. Paulo foi mais além e disse: Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo. Gálatas 6:14. Ele não se contentava em dizer que "havia tomado a cruz". Ele já se considerava CRUCIFICADO nela. Alguém que tenta seguir a Jesus sem ter a disposição interior de tomar a sua cruz, não vai conseguir dar nem um passo. Por uma simples razão, ninguém consegue entrar no Reino de Deus sem passar pela Cruz. E ninguém consegue sair do outro lado sem ser marcado por ela. 
     Mas o que é mesmo a Cruz de Cristo? É a decisão de perder a sua vida, de fazer seu ego morrer, de negar a si mesmo, de obedecer a Cristo em tudo o que Ele nos ordena fazer. Alguém pode dizer que tomou sua cruz, mas se na prática governa sua vida e faz sua própria vontade, nunca tomou a cruz, e nem foi marcado por ela. A marca da Cruz é a obediência, e ela não é imposta, é voluntária. O destino final da obediência de Cristo ao Pai teve seu ápice na Cruz... e morte de Cruz, disse Paulo aos Filipenses. Se o destino final de alguém que diz ser cristão não for a Cruz, então ele nem começou sua caminhada ainda, pois o caminho do Reino está depois da Cruz. Que possamos trazer a marca de Cristo em nós, sem negociarmos com nosso ego. 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Estou na Índia já por quase 2 meses. Fazendo um balanço das experiências até aqui vividas, a que se refere à Fé merece uma atenção especial. De uma maneira ou de outra, todos agimos por fé, em alguma proporção. O ateu, quando sai de casa para chegar ao trabalho, inconscientemente, “tem fé” que vai chegar lá. Se lhe fosse revelado que iria sofrer um assalto no percurso e que iria morrer, não sairia de casa naquele dia, pois “teria fé” na “revelação”, e ficaria, pelo temor da morte.
Percebi que a Fé sempre nos empurra à ação. Até ESPERAR é uma ação. Quando eu estava em minha cidade, a experiência de pagar contas mensais não era colocada no campo da Fé. Sabia que é Deus que me sustentava, que meu dinheiro vem Dele, que me deu o trabalho, etc, mas quando o seu único trabalho é se doar àqueles que você serve, não tendo “aparente” fonte de renda, então a Fé de que Deus realmente te supre passa a ter mais sentido. Quando você depende do seu salário para pagar suas contas mensais, raramente você ora a Deus pedindo condições para pagar as contas, isso se torna automático em sua vida, e sai da lista de oração. A não ser que você enfie os pés pelas mãos e passe a comprar mais do que ganha, se endivida, se enrola todo, e daí, vai clamar a Deus para te tirar do atoleiro. E geralmente, Deus usa para lhe ajudar aquele que anda ordenadamente, pois além de pagar as próprias contas, tem condições de ouvir a Deus e socorrer você, irresponsável.
A Fé, como espada, corta dos dois lados. Um deles é aquela Fé que chamam de “poderosa”.  A que “alcança testemunho”..., “oferece sacrifícios maiores”..., “fala, mesmo depois de morto”..., “vai do mundo físico para o celestial sem passar pela morte”..., “prepara arca sem conhecer o que é chuva”..., ”muda de cidade sem saber pra qual cidade está indo”..., “passa a morar com gente estranha, de língua estranha”..., “espera uma cidade que não existe”..., “gera filho com quase 90 anos de idade”..., “vê as promessas de longe e abraça-as”. Esta Fé, relatada em Hebreus 11:1-13, todos os cristãos dizem praticar.
Mas quando começam os cortes da espada da Fé pelo outro lado, aqueles que cortam na carne, muitos retrocedem. Gostam de ler sobre Abraão, mas oferecer meu Isaque, meu único filho?, “não tenho fé para isso!”  Posso até orar e abençoar, como fez Isaque e Jacó aos seus filhos, mas falar para tirarem meus ossos daqui quando se mudarem desta cidade? “Pra quê isso? Me deixem aqui mesmo. O cemitério daqui é muito bonito”. Se o governo baixar um decreto para que meu filho recém-nascido seja morto, tenho fé para escondê-lo, e até de deixar que ele seja criado no palácio da rainha, mas ele se recusar a ser chamado filho da filha de Faraó? “Quê isso? E o futuro dele? Seu bom salário como funcionário do governo, sua casa boa, seu carro do ano, meus netos com saúde e bem supridos? Não, isso não!” Posso até ensiná-lo algumas coisas sobre o pecado, mas não sejamos tão radicais. Sair do palácio e ir morar com aquela gentalha acostumada à escravidão? “Definitivamente, isso não é fé, isso é burrice”. Hebreus 11:14-26.

A Fé que recusa posições de destaques, é a mesma que aceita ser maltratado.
A Fé que recusa o gozo temporário do pecado, é a mesma que espera a recompensa contida em Cristo.
A Fé que deixa o visível, é a mesma que vê o invisível.
A Fé que asperge o sangue, é a mesma que crê neste mesmo sangue.
A Fé que abre as águas, que derruba muralhas, evita sua própria morte, vence reinos, pratica justiça, alcança promessas, fecha boca de leões, apaga a força do fogo, escapa do fio da espada, tira força da fraqueza, põe em fuga exércitos e recebe os seus mortos novamente, é a mesma Fé que aceita ser Torturado ( não aceita sair livre, para alcançar uma ressurreição melhor ), experimenta Escárnios, Açoites, Cadeias e Prisões. A Fé que temos hoje podemos clamar a plenos pulmões: Pela fé eu suporto ser Apedrejado até a morte; suporto ser Serrado ao meio, suporto ser Tentado e manter minha integridade, suporto ser Morto ao Fio da Espada, suporto doar todas as minhas roupas chiques e andar vestido de Peles de Ovelhas, suporto ser Desamparado e esquecido por todos os meus amigos, suporto ser Aflito e Maltratado, suporto até morar no Deserto em tendas, até pelos Montes, até mesmo nos Cemitérios e Cavernas da terra?  Hebreus 11:29-38.
É claro que não! O problema é que NÃO EXISTE DOIS TIPOS DE FÉ. Ora, sem Fé é impossível agradar a Deus. Hb 11.6 – Por que não conseguimos agradá-Lo? Porque Deus deseja que creiamos Nele, em sua pessoa, e também naquilo que Ele falou e fala até hoje. A Fé é o contrário da Incredulidade. E ser incrédulo é o mesmo que dizer: “Deus falou isso? Não! Deus está mentindo, isso não vai acontecer nunca!”  Deus afirmou várias coisas do Seu próprio caráter, e uma delas é que “Ele não mente e não pode mentir”. Sua essência é a Verdade. Portanto, a falta de Fé é a presença da Incredulidade, que chama Deus de mentiroso. Por isso é que sem Fé é impossível agradar a Deus. Você mesmo, como um humano, sabendo que está falando a verdade, gosta que alguém lhe chame de mentiroso? Imagine Deus, que disse: “Eu sou a Verdade”.

Conclusão: esta fé que só aceita fazer coisas tremendas, ser suprido em suas necessidades, receber respostas de orações e nunca aceita passar por privações, muitas vezes devido irresponsabilidades próprias, não é a verdadeira Fé. Quero ter a Fé Bíblica, e não a fé instável, baseada em meus próprios conceitos ou minhas convenientes emoções.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Passe o dinheiro ou mando bala

Sexta-feira, 23, 7 hrs da manhã. Uma mulher se levanta de sua cama para a rotina de mais um dia. Suas filhas ainda dormiam no quarto ao lado e sua mãe, já acordada, cooperava com as coisas triviais na cozinha. Não havia muito o que fazer. Ela se prepara para sair. Tinha que estar na Auto Escola para mais uma aula. Queria muito tirar sua carteira de carro. Trocou de roupa, penteou seus cabelos negros e depois de tomar café, saiu apressada. Mas não imaginava que no percurso da volta sofreria uma tentativa de assalto.
Depois de mais uma aula, caminhava apressada para casa por volta de 9:30, como toda mulher longilínea, e seguia seu caminho sem observar muito a paisagem, que já conhecia, por tantas vezes passar pelo mesmo local. Poderia ir e voltar de olhos fechados, mentalizando o caminho, se isso fosse possível, mas na mente, outros pensamentos circundavam: preocupações diversas com filhas, orações pelo marido, irmãs que moram em outra cidade, outro país, condição financeira difícil. Seguia determinada seu caminho, orando a Deus, e não reparou que um homem de moto a seguia, e em um momento oportuno, se interpôs em seu caminho dizendo, “Passe todo o dinheiro senão eu mando bala”. Ela se refez do susto, abriu a bolsa devagar junto ao corpo e mostrou que não tinha dinheiro. Estava voltando da escola a pé, exatamente por não ter dinheiro para pagar ônibus. “Não olhe para mim”, disse o homem, escondendo o rosto coberto por um capacete, “ou eu vou mandar bala, e entregue tudo o que tem, ou eu vou mandar bala”, repetiu.

---“Môço, mas eu não tenho nada, todo meu tesouro é Jesus, Ele é a minha pérola, toda a minha riqueza, não tenho nada mais além Dele”.
Neste momento o homem desceu da moto e encarou aquela mulher, olhos assustados e esperando a sequência das coisas. O homem, sem tirar o capacete, perguntou: “Você é evangélica?” Sua resposta veio na mesma profusão da pergunta – “Sim, sou evangélica, sou discípula de Jesus e toda a minha esperança nesta terra é de parecer com Cristo, de passar a eternidade com Ele”. Neste momento, o assaltante, que não queria a mulher olhando para ele, tirou o capacete e disse a ela, “Olhe para mim”. Ola olhou para o homem e ele completou, “Fale de Jesus para mim”.
--- “Jesus ama você môço”, respondeu. “E Ele quer salvar você como você é, e este pecado de roubar não torna você pior do que ninguém. Seu pecado também não impede Deus de amar você. Ele quer ser seu pai, e você precisa se tornar filho Dele. Olha môço, eu perdi meu pai quando eu tinha cinco anos e o Senhor me revelou a paternidade Dele”
--- “Eu sou desviado dos caminhos do Senhor, e eu não queria estar roubando”, completou o homem. A mulher replicou que quando ele a abordou, ela estava orando pelo marido, que está passando por uma situação espiritual e financeira difícil, mas que ela tinha esperança em Jesus e na vida que tem para viver com Ele.

--- “Você quer ouvir mais sobre Jesus môço”, perguntou, “posso colocar ovcê em contato com pessoas que podem te ajudar”.
--- “Não”, respondeu, “não quero não”. Neste momento a mulher se lembrou do celular que tinha, o tirou da bolsa e ofereceu o celular para ele.
--- “Guarde suas coisas e vá embora”, disse um pouco áspero.
A mulher manteve-se calma, guardou seu celular e retomou seu caminho, deixando para trás um tremendo testemunho de fé e desapego a este mundo, inclusive à sua própria vida.
Esta estória é um acontecimento real, e a protagonista desta situação foi minha cunhada Rejane Sampaio, que mora em Uberlândia-MG.

Rejane é casada com Carlos Eduardo e tem duas filhinhas: Geovana e Cecília. Ela é discípula de Jesus e congrega com os irmãos na igreja em sua cidade.

sábado, 24 de agosto de 2013

Seu Toninho... Adeus meu amigo.


 Meus sinceros sentimentos à família de Flora e D. Maria, minhas amigas.....
Que Jesus console o coração dos netos, Farley principalmente, meu amigo, companheiro, discípulo de Jesus.

Sei que a perda é grande, pois ninguém consegue substituir um parente que se vai..
É como uma lâmpada que se apaga e nunca mais se ascende...
É como água que passa debaixo da ponte e nunca mais retorna.

Que o Senhor console também o coração dos bisnetos e bisnetas.... meus filhos na fé....
São filhos preciosos, com futuros preciosos, que aprenderam com o Biza muitas lições igualmente
preciosas.

Aprenderam a amar e aprofundar os laços familiares....
Aprenderam que cada um é ÚNICO em nossa vida.

E eu sei que seu Tonin ensinou isso muito bem....
Com seu jeito amável, seu sorriso cativante, sua paciência exuberante, seu amor incontrolável.

Todos da casa o amavam incondicionalmente, dedicando a ele um amor sem medidas, sem limites,
sem barreiras, sem traumas, sem qualquer mancha....

Ele era o esteio de toda uma geração....
E com seu exemplo de vida, formou o caráter de filhos, netos e bisnetos...
Isso ficará e avançará por muito tempo sobre a terra.

Adeus seu Tonin....
Sua vida aqui não foi em vão, pois sua geração continua na vida dos que você amou.

E o amor deles por você também continuará até o dia em que a própria lâmpada deles se apaguem.

Um forte abraço a toda a família.

Rivalver, Jane, Lucas e Jordana - da Índia.

Viajar é preciso – proclamar também.

Vamos viajar de trem na Índia? Não existe experiência
mais impactante que esta.

Esta é a segunda vez que viajo para a Índia. Em 2010, entrei em um trem superlotado na cidade de Gaya, descendo em direção a Bhubaneswar. A parte do trem que compramos passagens foi a 2ª clase, relativamente confortável, com ar condicionado e colchões amplos para se dormir em paz. O horário do embarque foi às 03 hrs da manhã. Fui direto para a cama. Hélio, meu amigo de viagem, também deitou e continuou deitado pela manhã e pela tarde, até chegarmos em nosso destino final sem levantar da cama, pois estava com febre e indisposto a qualquer atividade que não fosse tomar água.
Sempre cabe mais um.

Eu passei a mão no computador quando acordei lá pelas 8 hrs, conectei na internet móvel e fui conversar com o mundo. Me interessava mais o que acontecia lá fora do que o que se passava dentro do trem. Até que uma pessoa, uma jovem indiana de uns 15 anos de idade me surpreendeu, puxando papo comigo. Ela se sentiu a vontade por ver que eu era estrangeiro, e por ver que seus pais não estavam muito distantes, apenas umas três camas mais a frente. Peguei o lap-top e fui para um lugar mais próximo onde os pais dela estavam, e puxei assunto com eles. A moça, assentada à minha frente, queria saber tudo sobre minha vida, e eu da dela. Nome: Shradda. Idade: 15 anos. Profissão: estudante. Irmãos: filha única. Fé: hinduísta. Pai trabalha para o governo. Mãe fica em casa. Estão vindo de onde: de Nova Delhi. O que faziam lá: turismo. Acabados o interrogatório da minha parte, começaram as perguntas dela, as quais respondi todas, apenas escondendo o fato de que era cristão.
Shradda é a de blusa rosa.

Quando o trem chegou na cidade, fomos recebidos pelos irmãos que nos esperavam. Me despedi da garota curiosa, dos seus pais, e tomei meu caminho. Para mim, aquele encontro não passava de mais um desses encontros casuais que a gente tem, este de fazer uma amizade passageira apenas enquanto durar a viagem. Mas no trem, enquanto estava conectado, a garota me passou seu e-mail, e lhe mandei uma mensagem. Depois que fui embora da Índia um mês depois, nos dois anos que se passaram, mantemos uma certa comunicação e amizade virtual.
Pois bem, eis que eu estou de volta à Índia, na mesma cidade que estive antes, e semana passada a família de Shradda esteve almoçando em nossa casa. Estreitamos um pouco os laços de amizade. Estivemos na casa deles almoçando também, e retribui a gentileza, os convidando uma semana depois. Desta vez, não escondi mais que éramos cristãos. Antes do almoço fiz uma oração de agradecimento, e depois cantamos algumas canções. Ela cantando canções em exaltação aos seus deuses, e eu cantando em exaltação ao meu Deus.
É interessante pensar sobre isso: penso que cada família deseja converter a outra àquilo que eles imaginam que seja verdadeiro. Na casa dele vi o lugar de adoração que tem, com 15 caricaturas de deuses, aos quais o homem ora todos os dias 5 minutos antes de ir trabalhar. Ele me falou os nomes de todos eles. Aqui em casa eu pude testemunhar um pouco e dizer que adorava um único Deus, o Criador dos céus e da terra.

Não sei o que poderia vir desta amizade. Encontrei esta família novamente e agora tenho oportunidade de compartilhar com eles sobre o Verdadeiro Deus. E espero que o Senhor me dê graça e oportunidade para fazer isso.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

NOBODY WILL ESCAPE FROM JESUS

Jesus is the most effective Hunter I’ve known. He’s searching for you, He’s running after your soul, He’ll catch your spirit, because belongs to Him.  And the dust returns to the ground it came from, and the spirit returns to God who gave it. Eclesiastes 12:7
Whatever you like it or not, Jesus will find you, because there is no place in the whole universe could we hide from His hands. Your body claims to go to the ground, but your soul cry for Him ( and He hears ), and your spirit inside of you attracts Him. Despite your sins, or despite your holiness, HE WILL FIND YOU, and you will be in a prison. At this exactly moment, He’s looking at you, and from inside to outside, he sees you. Your soul is a slave inside your body, and it wants to be free; your spirit is a prisoner inside I don’t know where, even you don’t, and it wants to go home.
He will shine over your deepest darkness

Jesus has a poisoned arrow and He already released it. It is faster than the thunder light and it’s going to trespass your mind. YOU WON’T SCAPE. He moistened this arrow in His blog when he was hanged on the cross. Thousands of them and one of them will certainly stick in you.
You have two options: 1 - Stop running and hiding, and surrender. 2 – One day He’ll grab you, and drag you to His holly presence. There, you’ll be stripped, upside down, completely naked, the sins of a whole life exposed to the witnesses. You ran, you flew, you cheated, you hid… but now, The Hunter caught you, and what it comes ahead is better not to say.

But one thing I know: TODAY HE’S HUNTING YOU WITH HIS LOVE.
In the day of the judgment, HE WILL HUNT YOU WITH HIS WRATH.
Choose, because YOU WON’T ESCAPE.


domingo, 18 de agosto de 2013

Falando sobre Toques

     Há muitas formas de reconhecermos toques. Gosto de alguns. Gosto do toque de minhas mãos nas mãos de minha esposa. Sentir a espessura de seus dedos, da textura de sua pele, e isso me transporta ao passado, de quando ainda éramos solteiros, e juntos, caminhávamos em direção a um riacho. A tarde nos dizia "adeus", e a noite sussurrava "bem vindos" através de uma brisa que brincava juntamente conosco, pois brincávamos com nossas mãos, com nossos toques secretos, que, sem dizer uma palavra, expressavam todos os idiomas existentes no universo. Aquele simples toque cativou e ligou nossos corações, definiu nosso destino juntos, teceu nossos vínculos, e eu sabia... fui fisgado. Mas não fugi, antes, desejei. Não lacrei a porta do coração, antes, escancarei portas e janelas, e me expus, como um menino bobo que se meleca de doce, como ave recém formada as asas, se lança no espaço desconhecido. Assim fui eu.
     Ao vermos algo bonito, isso nos toca positivamente. Ao contemplarmos o degradante, nos toca negativamente, trazendo ebulições de desgosto e aversão. Olhamos para uma criança, e vemos pureza, e somos atraídos para tocar, cheirar, mordiscar, balbuciar em sua própria linguagem, pois o contato com ela nos remete a sermos crianças novamente. E gostamos disso.
      Para "tocarmos" canções, precisamos do toque, do contato com o violão. Ele se torna nosso companheiro, o abraçamos, deitamos nosso rosto sobre ele as vezes, como que sentindo a maravilha de agirmos como criador, soltando notas ao ar como pétalas ao vento. E a música nos deixa para tocar outros, depois de nos tocar na alma.
      O toque de Deus é mais ou menos assim e é o mais desejado. É aquele que toca a alma, vivifica o espírito humano a um patamar inigualável, eternamente superior aos toques na terra. Me ligar ao majestoso é um êxtase de pureza, de alegria, de algo mais profundo: de gozo Jesus disse que Ele sentia um gozo abundante, e queria muito compartilhar com seus discípulos este gozo que vem de Deus. 
     Me lembro quando fui batizado pelo/no Espírito Santo. Foi um êxtase. Para quem acredita nessa manifestação, ser batizado é a ante-sala do céu. O desejo é de voar, subir, subir e não parar, enquanto não chegar na presença do Insondável, e então, passar a eternidade tentando sondá-Lo, sem nunca conseguir qualquer resultado. Mas não há frustração, porque enquanto labutamos nesta busca efetuada pelo nosso espírito, nossa alma O adora, O admira, se encanta com Ele, e não se importa se O conhece muito ou pouco. Para nossa alma enamorada, o que vai importar mesmo é estar aos pés dEle e desejar nunca mais sair.
     Para quem não acredita que exista Batismo com o Espírito Santo ou que essa maravilha se manifestou apenas para a primeira Igreja, só tenho a dizer: "meus pêsames!".  Conseguiram teologizar e anular o Toque de Deus, que nos enche de gozo e de graça. Jesus tocou o cego, e ele voltou a enxergar. Maria Madalena tocou os pés de Jesus, e lágrimas brotaram de seus olhos, lavando sua alma. A poderosa voz de Cristo "tocou" os ouvidos inertes de Lázaro, fazendo-o voltar à vida.
     Quero o toque de Deus, todos os dias, toda hora, a todo momento. E você?